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HTC Sense ou Por que inovação faz a diferença

1254091004 (27/09/2009) 4 comentários

A HTC é pioneira no uso de diversas tecnologias quando o assunto é smartphones. Inovação está no sangue da empresa. Alguns poucos (e realmente são poucos) exemplos de pioneiros da marca são o Touch, o Diamond e o Dream. E os taiwaneses continuam buscando inovação nessa área. Ouvindo e observando como as pessoas usam tecnologia móvel, tentam (e efetivamente conseguem) melhorar de forma muito significativa a experiência do usuário (tradução horrível e até agora não substituível de user experience) no uso de aparelhos desse calibre.

Além de várias atitudes inovadoras no passado, a HTC foi a primeira empresa a utilizar o Android como SO de um aparelho seu, o famoso HTC Dream (que na época foi lançado pela T-Mobile como G1). A empresa é também a fabricante do Android Dev Phone 1, dispositivo focado em desenvolvedores para a plataforma Android, que nada mais é que um HTC Dream totalmente desbloqueado. E esses são apenas dois exemplos do quanto a empresa está ligada à nova plataforma móvel do Google. Confirmando essa liderança (ao menos aparente) da marca no uso do SO, a HTC lançou semana passada o primeiro aparelho com Android disponível oficialmente no Brasil. Magic.

Diferença da tela principal do HTC Magic com e sem Sense. Quanta diferença, não?

Diferença da tela principal do HTC Magic com e sem HTC Sense.

O HTC Sense é exclusividade nossa no Magic. Chegou aqui e apenas aqui com o Sense, como já disse no post anterior. Notícias nada recentes apontam que em breve (fim de Outubro) o HTC Magic receberá um upgrade gratuito em todo o mundo. (Até lá podemos curtir a exclusividade. Se é que o Magic entra no mercado aqui antes do lançamento internacional do upgrade.) Mais um passo para firmar a marca como dominante no mercado Android. (Vale observar que a atualização só estará disponível para os aparelhos não associado ao Google.)

Ser a marca dominante no mercado Android não era suficiente. Principalmente para John Wang, Chief Marketing Officer (ou Chief Innovation Wizard, cargo mostrado em eu cartão de visitas e em seu Linkedin) da HTC. Cabeça d0 Magic Labs, laboratório de inovação da HTC, trabalha com seu grupo de magos e feiticeiros “pensando no futuro”. Graças ao trabalho desse laboratório nasceu o conceito de experiência do usuário HTC Sence para seus dispositivos com Android.

O Sense é uma evolução do TouchFLO 3D, que por sua vez é uma evolução do TouchFLO, que com certeza é evolução de alguma coisa, já que nada nasce do nada. Veja nos vídeos a seguir a evolução do TouchFLO para o TouchFLO 3D.

Percebeu alguma evolução? Então espere por muito mais.

O Sense nasce com o objetivo de “moldar a experiência móvel em torno do indivíduo”. Essa frase que parece ter sido inventada para descrever uma história bonita, como várias outras presentes nesse documento, é felizmente uma grande verdade. O Sense é constituído de três ideias bem simples e tem muito potencial.

A primeira é o “Make it mine”, que carrega a idéia de personalização, que é muito mais que poder trocar ícones e widgets. Ok, você basicamente seleciona, coloca, arruma, remove e troca widgets e ícones, mas o pulo do gato é mais embaixo. A ideia genial por trás desse conceito é também muito simples: usuários fazem usos diferentes do dispositivo em circunstâncias diferentes.

A sacada aqui foi colocar no SO um gerenciador de perfis, onde o usuário pode configurar o aparelho para atender melhor suas necessidades frente a um cenário específico. Assim, para cada momento do dia ou da semana, o usuário pode fazer com que o aparelho esteja melhor adaptado às suas necessidades. Veja que, como já disse, configurar um perfil não é muito diferente de definir widgets e ícones. Mas como é possível ter vários conjuntos diferentes de perfis, o ganho ainda é fantástico. Vai dizer que você não está olhando pro seu aparelho e se perguntando porque ele não faz isso?

Como se isso não bastasse, você não tem apenas uma tela por perfil para poder configurar as diversas facetas da sua vida. São Sete telas! Isso mesmo, sete (7, VII, …)! Ok, não é tão legal porque é limitado, mas ainda assim é muito mais espaço para se organizar.

7 telas do HTC Hero. Espaço de sobra para colocar o que precisa. E isso é só para um perfil!

7 telas do HTC Sense no HTC Hero. Espaço de sobra para colocar o que for preciso. São 7 por perfil!

Outra ideia central do Sense é “Stay close”. O objetivo desse conceito é nos ajudar a manter contato com as pessoas que nos são relevantes, gerenciando de maneira unificada todas as redes sociais e meios de comunicação que utilizamos. O número de aplicações espanta: SMS, MMS, e-mail, Facebook, Flickr, Picasa, Twitter, chamadas telefônicas e várias outras.

Como todos esses dados vêm de fontes diferentes, a HTC investiu também na integração de todas elas: se você tem o telefone do Fulaninho e também é amigo dele no Facebook, será criado (ou pode ser criado, isso não ficou muito claro) um perfil único daquele contato na sua “agenda” (que com certeza deixou de ser uma simples agenda). Importando os dados de diversas fontes, será possível usar as informações de maneira cruzada. Um exemplo simples: você poderá escolher como avatar de um contato uma das fotos que ele tem no Flickr ou no Facebook.

Nessa ferramenta unificada, são oferecidas 5 perspectivas para acompanhar os amigos: todos, favoritos, grupos, atualizações e eventos, histórico de chamadas. As três primeiras dispensam apresentação. São exatamente como você pensa que são, com um detalhe a mais aqui e ali. Mas isso não as deixa menos interessantes. ‘Atualizações e eventos’ é uma timeline (linha do tempo, que não é tão elegante, mas tudo bem) onde se pode acompanhar tudo o que aconteceu/está acontecendo/acontecerá com seus contatos e amigos. E o histórico de chamadas é um histórico de chamadas.

O último alicerce do Sence é o “Discover the unexpected”. O foco aqui é transformar o uso do aparelho em descobertas de funcionalidades, através da simplicidade. O papo parece complicado, mas as ideias e aplicações são bastante simples. O objetivo é atacar os pontos de uso do aparelho que geralmente são complicados e muitas vezes nem nos damos conta que são. Exemplo rápido: vire o telefone e a chamada entra no modo mudo. Mas isso é só o começo.

Num aparelho sem teclado QWERTY (físico ou virtual), é muito comum se chatear para encontrar um contato, principalmente quando sua lista é muito grande.  Como há algumas letras (3 em geral) associadas a cada tecla, existe mais de uma interpretação para cada tecla pressionada. No passado, nós tínhamos que pressionar múltiplas vezes cada tecla para escolher uma letra. E ninguém gosta disso. Depois vieram as técnicas de predição de texto (predictive text), como T9, iTap e outras, que melhoraram mas também não eram aquela maravilha. No caso específico da discagem, o passo seguinte se chama Smart Dialer (“discador inteligente”), uma das aplicações surgidas do “Discover the unexpected”.

A ideia do Smart Dailer é bem simples: tentar “adivinhar” o que o usuário quer quando aperta as teclas do teclado numérico. E fazer isso também é simples: se uma tecla pode ter mais de uma interpretação, então o programa usa todas. Ele também interpreta uma sequência de teclas não apenas como sendo um pedaço de palavra a “decifrar”: se você entrar com as iniciais de um nome da agenda, ele também o encontrará. Em smartphones, inovação sem precedentes. E esse recurso também poderia ser usado em outras interfaces do aparelho. Então é esperar para testar um e checar se temos um quase Quicksilver ou GNOME Do no bolso.

Além disso, o “Discover the unexpected” também tem como pilar o uso de informações geoespaciais para melhorar a experiência do usuário. Alguns pontos interessantes da aplicação dessa ideia são coisas simples (que não são novos, mas ainda assim úteis) como  o widget de previsão do tempo sensível à sua posição no globo e o relógio que se adequa automaticamente ao fuso da sua localização. E também um uso bem mais nobre da ideia: a exibição da previsão do tempo associada aos compromissos. Nunca mais você sairá de casa para uma volta no parque e voltará como se tivesse ido a uma cachoeira (desde que a previsão ajude, é claro).

Outra ideia muito interessante introduzida foi a de perspectivas. Se você está vendo fotos, você pode querer ver separado as que estão no seu cartão SD das que estão “na nuvem”. Ainda, pode querer ver separado também por rede (Flickr, Picasa, Facebook, …). Se está vendo e-mails, pode querer ver títulos apenas (como no Gmail), se tem anexo ou não. Se está vendo o twitter, pode querer ver apenas os seus amigos favoritos, ou então os direct messages. Perspectivas estão espalhadas pela interface do aparelho.

Por fim, dois resumos em vídeo do HTC Sense. Deixa ou não o TouchFLO e TouchFLO 3D no chinelo?

HTC Sense realmente promete. Não apenas porque é muito legal ter um celular com a sua cara Ou porque permite que o aparelho se adeque às suas diferentes necessidades em momentos diferentes da sua vida. Ou porque tem várias telas configuráveis. Ou ainda porque suporta um monte de serviços de maneira integrada. Não também porque ele se adapta quando você viaja. Nem porque ele adivinha o que você quer.

O fato é que tudo isso introduz um gap entre o que existia e o que existe agora. E força o mercado a correr atrás do prejuízo. Assim todo mundo ganha. Assim é que a inovação faz a diferença.

Além de várias outras coisas no passado, foi a primeira empresa a utilizar o Android como SO de um aparelho seu, o famoso G1.

Android Magic-o da HTC chega ao Brasil

1253671227 (23/09/2009) 6 comentários
HTC Magic - Primeiro aparelho com Android a aparecer oficialmente no Brasil [EDIT]: Essa foto é de um Magic sem Sense, como os aparelhos vendidos em outros países [/EDIT]

HTC Magic - Primeiro aparelho com Android a aparecer oficialmente no Brasil [EDIT]: Essa foto é de um Magic sem Sense, como os aparelhos vendidos em outros países [/EDIT]

Quinta-feira passada (17/09/2009) foi lançado no Brasil o HTC Magic, primeiro smartphone com Android a aparecer oficialmente por aqui. (Auto-intitulada) Líder internacional na plataforma do Google, a empresa chegou firme para demarcar território com o aparelho. Além do Android, temos mais algumas ótimas novidades, como a presença do HTC Sense e a fantástica tela do aparelho. E algumas novidades não tão boas, como a inexistência de um acordo com o Google sobre apps para o aparelho. Mas vejamos sua mágica.

O HTC Magic é da nova geração de aparelhos da HTC, que tenta acompanhar a nova geração de usuários de smartphones. Hoje muito mais do que nunca aparelhos dessa categoria tem muito mais de uma função na vida das pessoas. Além disso, a tendência corrente é que os aparelhos fiquem conectados (praticamente) o dia todo, para os mais diversos usos. O Magic é uma ótima maneira encontrada pela HTC de encarar esses novos desafios. (E eu emprestei esse parágrafo de parte do discurso do apresentador do produto =P).

A grande mágica trazida pela gigante Taiwanesa nesse dispositivo foi o HTC Sense (que merece um post só para ele), conceito de experiência de usuário que será empregado pela empresa em seus dispositivos com Android. A ideia central do conceito é permitir que o usuário seja capaz de criar um aparelho único, que seja completamente aderente às suas necessidades. Projeto ambicioso. Mas não é que a HTC conseguiu!?

Tão fantástico é o Sense que até hoje não se viu (eu não vi, você viu?) nada parecido quando o assunto é personalização em dispositivos móveis. É possível por exemplo criar diversos perfis para um mesmo usuário. Isso parece simples (e realmente é) mas é uma ideia com muito potencial. Imagine ter configurações diferentes do seu aparelho para trabalho, idas a shows, aulas e o que mais for necessário. O que você precisa naquele momento da sua vida é o que o aparelho te oferece. E para cada perfil, você tem várias telas para colocar seus aplicativos mais usados, widgets e tal.

E isso é uma novidade exclusiva, ao menos por enquanto, do público brasileiro. Ao que tudo indica, lá fora, o Magic não têm (tinha?) o Sense. Ponto para eles.

Software com certeza é o forte desse aparelho. Clientes para Facebook, Flickr, Picasa, Twitter, You Tube, Gmail, Google Maps, Google Talk, Google Calendar, … ufa. E eu nem terminei a lista. E ainda melhor: tudo isso integrado! Com certeza o sonho de muita gente realizado. Mas eles levaram isso a sério mesmo: o dispositivo oferecerá acesso até ao Street View do Google Maps.

Essa você já deve ter ficado com a pulga atrás da orelha. Se tem Street View, deve ter flash. Tem mesmo. Eu não diria que é o melhor suporte de flash do universo, mas pelo menos o suporte existe, o que para esse tipo de dispositivo já é bastante coisa.

O discador do aparelho também promete fazer mágica. Chamado espertamente de Smart Dialer, ele promete encontrar com apenas algumas teclas o contato que você procura. A ideia é deixar que o aparelho encontre o contado para você, sem muito esforço. Só experimentando para ver.

Outros dois softwares muito interessante são o Footprint e o Barcode Scanner. O primeiro é uma aplicação muito útil para gerenciar fotos com geotagging e comentários. Tire fotos, guarde a posição onde tirou, comente-a. Volte no mesmo lugar anos depois e a aplicação de mostra os momentos ali registrados. Muito simples, muito útil. A segunda, um scanner de códigos de barra que utiliza serviços do Google para encontrar informações sobre o produto associado ao código de barras. Outra aplicação que todo mundo quer, mas não sabia quando teria acesso.

Smart Dialer, Street View e Barcode Scanner - E isso é só uma parte do que o HTC Magic tem a oferecer

Smart Dialer, Street View e Barcode Scanner - E isso é só uma parte do que o HTC Magic tem a oferecer

No hardware, tenho um ponto forte a ressaltar, antes de mais nada. É mais uma das novidade que realmente deixa o queixo no chão. A tela do aparelho é capacitiva e multitouch! (Apple que se cuide.) Além disso, tem resolução de 320 x 480 pixels (HVGA) em 3.2 polegadas com 64k cores. Veja parte das especificações do aparelho:

Processador Qualcomm® MSM7200A™, 528 MHz
Memória ROM: 512 MB
RAM: 288 MB
Display LCD TFT de 3.2 polegadas, com 65.536 cores, resolução HVGA 320 x 480 pixels, tela capacitiva sensível ao toque.
Câmera Câmera colorida de 3.2 MP com foco automático.
Teclado Teclado virtual
Navegação Track ball
Botões de atalho (home, menu, back, search, verdinho e vermelinho)
Bateria Bateria recarregável de íons de Lítio
Capacidade: 1340 mAh
Dimensões 113mm C x 55,56mm L x 13,65mm E
Peso 116g com a bateria
Redes HSPA/WCDMA: 850/2100 MHz
Velocidades de até 2 Mbps de up-link e 7,2 Mbps de down-link
Quad-Band GSM/GPRS/EDGE: 850/900/1800/1900 MHz
Conectividade Bluetooth® 2.0
Wi-Fi®: IEEE 802.11 b/g
Mini USB 2.0 de 11 pinos e conector de áudio
GPS Antena GPS integrada
Expansão microSD™ (compatível com SD 2.0)

O resto do hardware não tem nada de muito extraordinário. Processador Qualcomm MSM7200A de 528 MHz, igual ao de outros modelos da marca, como Hero, Touch Pro 2 e Touch Diamond 2 e de outros aparelhos como Sony Ericsson Xperia X1 e X2 e o Samsung GT-i7500 Galaxy. A quantidade de RAM é um pouco superior ao que estamos acostumados a ver nos smartphones atualmente: 288 MB nele contra 256 MB na média. Bluetooth, Wi-Fi, acelerômetro e GPS, o que atualmente não é mais que obrigação num aparelho da cateoria. E o armazenamento interno é bem pequeno, apenas 512 MB, o que praticamente exige uma expansão por meio da entrada MicroSD disponível. E para finalizar, a informação da duração da bateria: “depende do uso” (!?).

Botoẽs do HTC Magic: home, menu, back, search, verdinho e vermelinho, além do track ball

Botões do HTC Magic: home, menu, back, search, verdinho e vermelinho, além do track ball

Ao contrário de diversos aparelhos da nova geração que andam vindo com pouquíssimos botões (ou nenhum no caso do N900), o Magic vem com vários: home, menu, back e search, os clássicos verdinho e vermelinho, além de contar com uma track ball. Home e menu não são muito diferentes do esperado. O back oferece navegação para trás, tela a tela, também como esperado. E o search abre as buscas contextualizadas do aparelho, que prometem ser revolucionárias (mas veremos).

Outras informações são um grande mistério. Preço sugerido: vai depender das operadoras (Oh!). Operadoras que vão oferecer o dispositivo: ninguém sabe. (Ou seja, o preço vai ser decidido por ninguém sabe quem.) Disponibilidade no varejo (aka venda de desbloqueados) também é uma incógnita. Acordo com o Google para vender apps por aqui: inexistente e ninguém sabe se vai sair em algum momento ou quando sairá caso saia. Praticamente todas as questões comerciais estão em aberto. Você está perdido? Nós também.

Com ingredientes requintados como os usados no HTC Magic, fica difícil errar a receita. Hardware bastante razoável munido de uma fantástica tela capacitiva multitouch. Conceito HTC Sense com grande poder atrás de sua simplicidade. Android como plataforma, rica e flexível. Uma mistura que tem tudo para dar muito certo. Pelo menos se o escuro em que estamos com relação as questões comerciais não atrapalharem.